
Foto: Gustavo Baxter Khoury
A 10ª edição da Virada Cultural de Belo Horizonte, que aconteceu nos dias 23 e 24 de agosto, consolidou-se como um marco na história do evento e reafirmou seu papel como um dos maiores festivais urbanos do país. Com o tema “Vem Virar BH”, a campanha se tornou um verdadeiro convite para uma conexão e interação com a cidade. E o público atendeu ao chamado: foram mais de 450 mil pessoas participando de mais de 24 horas ininterruptas de programação gratuita.
Com uma expressiva participação de público e um crescimento notável, a edição deste ano reforça a fala do prefeito Álvaro Damião: “a maior Virada de todos os tempos”. Em comparação com a edição anterior, o evento registrou um crescimento de 43% na presença de público e 70% no número de atrações. Foram 391 atividades artísticas distribuídas em 26 espaços diferentes. Mais de 1.500 artistas locais representaram diversas linguagens, que transformaram a região em um momento contagiante de shows, intervenções, performances, encontros populares e manifestações culturais. Todas essas ações contaram com a parceria de 50 órgãos e instituições artísticas e culturais, entre elas a Funarte, o Mira, Sesc Tupinambás, Mirante Acaiaca, Feira da Afonso Pena e o cura.art, que realizou intervenções a céu aberto na Praça Raul Soares.
A programação da Virada Cultural 2025 foi uma construção coletiva que envolveu o público, os artistas e produtores culturais locais. Como resultado, a população ocupou o hipercentro da cidade de forma responsável e harmônica, respeitando a diversidade e abraçando a grande festa cultural que o evento propõe.
Com investimento direto total de cerca de R$ 5 milhões, o evento gerou um impacto econômico abrangente, impulsionando a economia local e a cadeia produtiva da cultura. A estimativa é da geração de mais de 100 mil empregos diretos e indiretos. A produção do evento envolveu a contratação de mais de 100 fornecedores de serviços essenciais como som, iluminação, comunicação e logística, entre outros, demonstrando o grande volume de negócios gerados.
Realizada pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Instituto João Ayres, a Virada contou também com a Parceria Cultural do Sistema Fecomércio MG, por meio do Sesc em Minas. Teve ainda o patrocínio cultural da AngloGold Ashanti, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e da Xeque Mate. O Viradão Gastronômico foi uma correalização do Sebrae Minas.
PBH Integrada
A preparação da cidade para receber a maratona de espetáculos mais uma vez foi um fator decisivo para o sucesso da Virada Cultural. As ações de segurança, fiscalização, saúde, trânsito e limpeza urbana foram planejadas previamente e de forma integrada. A Secretaria Municipal de Segurança e Prevenção divulgou o balanço das ações integradas. O Posto de Comando do COP-BH reuniu 17 instituições e garantiu monitoramento em tempo real. Foram registradas 14 ocorrências. Os casos envolveram principalmente atendimentos de saúde, como crises convulsivas, intoxicações alcoólicas e lesões corporais leves, além de ocorrências relacionadas a comércio informal e funcionamento irregular de estabelecimentos. A maior parte das situações aconteceu na madrugada, com 71% dos registros, concentrados na Avenida dos Andradas e na Praça Rui Barbosa. Todas foram solucionadas de forma integrada, sem impacto significativo para o público.
A BHTRANS e a Sumob atuaram com 80 agentes nos dois dias da Virada Cultural. Foram realizadas mais de 100 intervenções e desvios no trânsito para garantir a mobilidade e segurança dos participantes do evento. No transporte coletivo foram realizadas 51 viagens de reforço que atenderam o público dos eventos na Área Central.
A Guarda Municipal atuou com um efetivo de 500 agentes e 50 viaturas, sendo 25 pessoas abordadas, 71 orientações preventivas, 222 informações para os cidadãos e apenas 2 ocorrências, com 2 pessoas detidas.
Viradão Gastronômico
A gastronomia foi mais uma vez um dos destaques do evento. O Viradão Gastronômico, correalizado pelo Sebrae, reuniu 25 bares e restaurantes do hipercentro, oferecendo pratos a preços acessíveis, com valor máximo de R$ 20 (vinte reais). O projeto reforçou o título de Belo Horizonte como Cidade Criativa da Gastronomia, concedido pela Unesco. O Viradão Gastronômico mobilizou mais de 35 mil pessoas, gerando movimentação econômica para os empreendimentos e reforçando nossa identidade cultural.
Projetos sociais e sustentáveis
Ações sociais também estiveram presentes nesta edição. O The Street Store promoveu uma grande ação de doação de roupas a céu aberto, fortalecendo a recuperação da autoestima de pessoas em situação de vulnerabilidade. Já o projeto Feijão de Ouro ofereceu 120 pratos de feijão tropeiro, um momento de partilha e afeto da culinária mineira, em uma performance gastronômica que envolveu artistas e comunidade.
Na área da sustentabilidade, a Virada contou com a Exposição da SLU, com uma homenagem aos garis e, especialmente, a Laudemir Fernandes, assassinado recentemente enquanto trabalhava. Já o ReciclaBelô, projeto idealizado pelos catadores de materiais recicláveis, em parceria com a SLU, instalou tendas no hipercentro e mobilizou 133 catadores, entre membros de cooperativas, associações e autônomos; mais de 3 toneladas de materiais recicláveis foram coletados nas 24 horas de evento – uma média de 25,7 kg por catador.
Outro destaque foi a participação do Grupo de Voluntários do Greenpeace em Belo Horizonte, que trouxe a iniciativa “Arte e Sustentabilidade: Virada Cultural”. A ação reuniu oficinas criativas. Além da experiência artística, os participantes puderam contribuir para a “Árvore de Mensagens” e acessar conteúdos de conscientização ambiental e sustentável.
As práticas de promoção da saúde e do bem-estar também estiveram presentes com a corrida Afro Velozes, reforçando a valorização da cultura negra e o incentivo ao esporte. Já a implantação de uma mini floresta, resultado da parceria entre SMMA e SMC, prevê o plantio de mudas para criar ilhas de biodiversidade em áreas pouco vegetadas.
Outras ações sustentáveis terão continuidade após o evento. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente realizará o inventário de gases de efeito estufa (GEE), mapeando o impacto ambiental da Virada. Também está prevista a doação de lonas para reciclagem, reforçando o compromisso com a reutilização de materiais. Além disso, a Biofábrica de Predadores Naturais da Prefeitura de Belo Horizonte apresentou o projeto “Insetos Benéficos: a vida de joaninhas e crisopídeos”, que alia a criação desses insetos para o controle biológico de pragas.
Atrações para todos os públicos
O Palco Sesc Praça da Estação sediou alguns dos momentos mais marcantes da Virada, com apresentações de Fat Family, Israel & Rodolffo, Akatu com Djonga, Sidoka, Olodum e o encontro histórico de Carlinhos Brown com a Orquestra Ouro Preto. O espetáculo de Video Mapping na fachada do Museu de Artes e Ofícios, criado em residência artística em homenagem aos 10 anos da Virada, também encantou o público. O evento manteve as já tradicionais descida de rolimã, na Av. Assis Chateaubriand, com o Amigos do Rolimã BH, e a Gaymada, da Companhia de Teatro Toda Deseo, que reforçaram a diversidade e a alegria que caracterizam a Virada.
No Parque Municipal, seis espaços receberam diferentes atrações, como o Festejo do Tambor Mineiro e a cerimônia do IPHAN/MinC, em que os saberes do Rosário foram celebrados como patrimônio cultural, com a primeira cerimônia de certificação. Também o Festejo do Tambor Mineiro integrou a programação da Virada, no Parque Municipal. Com a participação de 15 guardas, o Congado foi celebrado com apresentações de artistas como Sérgio Pererê, Bloco Oficina Tambolelê, Bloco Tambor Mineiro, Beth Leivas e Dé Lucas, além de Bruno Messias, Bloco Saúde e o Bloco dos Inconfidentes (RJ). O anfitrião, Maurício Tizumba, recebeu como convidada especial a cantora baiana, Virgínia Rodrigues.
O hipercentro também se consolidou como ponto de encontro das famílias e recebeu atividades em parceria com o Sesc, além do Palco Viaduto Xeque Mate. A edição marcou ainda a volta de grandes eventos na Praça da Estação e como ponto de encontro, a retomada do Palco Guaicurus e a consolidação do Espaço Samba na Praça Fuad Noman, somados às cenas de forró e reggae que animaram o público em diferentes horários.
Outro ponto alto foi o BH + Feliz, que ocupou a Rua Sapucaí com atividades artísticas, educativas e de lazer voltadas para toda a família, ampliando a ocupação afetiva do espaço urbano e garantindo uma programação diversificada. O BH + Feliz também trouxe todas as Regionais para o Hipercentro de BH.
Pesquisa com o público
De acordo com a pesquisa realizada pela Fundação Municipal de Cultura em parceria com o Observatório do Turismo de Belo Horizonte, a avaliação geral da Virada Cultural 2025 foi de 8,8 em uma escala de 0 a 10. A qualidade das apresentações foi avaliada em 9,0, a organização em 8,7 e a sensação de segurança em 8,0. Entre os entrevistados, 38% participaram pela primeira vez, reafirmando a importância da pluralidade da programação cultural. O índice de recomendação (NPS) mostrou que 74,3% recomendariam o evento a amigos e familiares. Quanto à origem, 58% do público era de Minas Gerais, 10% da Bahia, 7% do Rio de Janeiro, 7% de São Paulo e 18% de outros estados e países, incluindo visitantes da Alemanha. O público assistiu em média a 6,9 atrações por pessoa, com gasto médio individual de R$ 116,01 em alimentação, transporte e produtos.
Sobre a Virada Cultural
A Virada Cultural de Belo Horizonte convida o público a vivenciar o hipercentro de Belo Horizonte em uma imersão de 24 horas ininterruptas de programação cultural gratuita. O evento já está consolidado na agenda da cidade e valoriza a produção artística local, principalmente por meio do Chamamento Público e eventos parceiros diversos, além de atrações nacionais que enriquecem a programação. Em 2025, chegou à 10ª edição com um legado histórico. Desde que foi criada, em 2013, a Virada Cultural de BH envolveu mais de 18 mil artistas e profissionais da cultura, alcançou quase 8,5 milhões de pessoas e apresentou cerca de 3.300 atrações, somando 240 horas de programação gratuita.
Sobre o Instituto João Ayres
Fundado em 2006 em Belo Horizonte, o Instituto João Ayres é uma associação sem fins lucrativos, qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), pelo Governo Federal. Desde sua fundação, apoia projetos, grupos e movimentos que valorizam a diversidade cultural, bem como o desenvolvimento de linguagens e manifestações artísticas que promovam a sustentabilidade e a igualdade de gênero. A instituição oferece suporte a projetos culturais, desde a criação, elaboração, formatação, captação, até sua realização e difusão. Viabilizou patrocínios de importantes empresas para iniciativas nas áreas de música, teatro, circo, dança, audiovisual, artes visuais, literatura, culturas tradicionais e populares. Ao longo de sua trajetória, realizou diversos eventos culturais, entre exposições, lançamentos de livros e festivais de rua, entre eles a Virada Cultural 2023 e 2024, o Carnaval de Belo Horizonte, BH Jazz & Blues, Circuito Minas Musical, Minas das Artes Gerais, Do Barroco à Transparência, Viaduto das Artes e Noturno nos Museus.
Doizum Comunicações
Mayra Lopes
mayralopes@doizum.com
(31) 99795-0364