Pesquisa realizada pelo Ipec em 2021 comprova que 46 % dos brasileiros deixaram de comer carne pelo menos uma vez na semana por vontade própria. E essa mudança de hábito está diretamente ligada ao aumento no número de flexitarianos: aqueles que não são veganos ou vegetarianos, mas estão dispostos a adotarem uma dieta composta majoritariamente por alimentos de origem vegetal, ainda que consumam produtos de origem animal eventualmente. A escolha está relacionada com a preocupação em manter um cardápio mais equilibrado, natural e saudável e, também com o cuidado com os animais e preservação do meio ambiente.
O movimento surgiu em meados dos anos 2000 e, por precisar de menos adaptações que o veganismo, o flexitarianismo tem maior capacidade de adesão. Da mesma forma que o movimento vegano cresce, um relatório divulgado no ano passado pela Euromonitor mostra que 23 % dos consumidores em todo o mundo já estão tentando limitar o uso de proteína animal nas refeições.
De olho na mudança dos hábitos alimentares, a indústria alimentícia está se movimentando para atender o consumidor que procura por opções saudáveis para incluir no cardápio. A MadeReal, uma empresa que produz e comercializa granolas que podem ser incluídas em refeições doces ou salgadas, crackers e shots prensados a frio é um exemplo.
A ideia do negócio surgiu através das sócias Anna Batista e Carolina Cerqueira, que de olho no crescimento do mercado global de alimentos e bebidas, identificou a necessidade de lançar um produtos que podem acompanhar o café da manhã e outros momentos do dia, como é o caso dos shots 03 e 04 que são ótimas opções de pré pós-treinos compostos por café e beterraba.
“Atualmente o mercado de alimentos e bebidas é grande e pujante, e vem evoluindo a cada ano. A nossa marca nasceu para estar presente em diferentes momentos do dia. Quanto ao público alvo, a maior parte é de pessoas interessadas em melhorar a alimentação com alimentos íntegros em sua composição e transparência”, pontua Carolina Cerqueira, sócia da marca.
Uma pesquisa do IBOPE mostra que, no Brasil, o número de flexitarianos passou de 29% em 2018 para 50% em 2020, com 39% das pessoas buscando fazer trocas mais saudáveis na alimentação ao menos três vezes na semana. E além da preocupação com uma dieta mais saudável, o novo estilo conquista pessoas que também optam por essa mudança por causa da preocupação crescente com a sustentabilidade e maus tratos com os animais: a diminuição no consumo de proteína animal contribui para redução das emissões de gases de efeito estufa. De acordo com dados da FAO, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura, a produção de carne e laticínios responde por 14,5 % das emissões mundiais de gases de efeito estufa.