Foto: Viluz Filmes
A cafeicultora Juliana Rezende Mello, de Monte Carmelo (MG), foi a vencedora do Prêmio Reconhece, oferecido pelo BioSummit 2025 para produtores rurais que utilizam bioinsumos em seus processos. O evento realizado na Expo Dom Pedro, em Campinas (SP), encerrou hoje sua segunda edição com um aumento de 25% no número de participantes e 40% de expositores, se posicionando como o maior da América Latina.
À frente da Fazenda Santa Bárbara, Juliana foi a responsável por promover uma transformação profunda na propriedade, buscando alternativas que respeitassem o solo, as águas, a fauna e as pessoas. Entre os principais avanços da sua gestão está a adoção estratégica de bioinsumos, que hoje são parte essencial do manejo regenerativo da fazenda e buscam promover equilíbrio ecológico, controle biológico de pragas e estímulo à microbiota do solo.
Os projetos adotados por Juliana têm como parceiros a Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a Universidade Federal de Goiás (UFG) e o Instituto Nacional de Pesquisa do Amazonas (INPA). De acordo com a produtora, essa transformação trouxe enriquecimento do solo, um meio ambiente mais equilibrado e com boa produtividade e uma bebida mais saborosa.
O segundo premiado foi o produtor Adriano Cruvinel, de Montividiu (GO), que há 15 anos iniciou um trabalho crescente de substituição do manejo convencional para a agricultura regenerativa, utilizando várias técnicas, entre eles o uso de microrganismos no controle biológico. Além do trabalho realizado na Fazenda Bom Jardim Lagoano, onde produz soja, milho e feijão, Cruvinel divulga seus resultados e capacita outros produtores e interessados sobre os desafios e soluções decorrentes da agricultura regenerativa.
Além de parcerias como centros de pesquisa como a Embrapa, o produtor faz parte de um projeto chamado Regenera Cerrado, que tem como objetivos caracterizar e monitorar as práticas agrícolas sustentáveis já adotadas em algumas fazendas, demonstrar sua viabilidade e seus benefícios ambientais e econômicos e validar cientificamente as descobertas e resultados obtidos pelos agricultores ao aplicarem as tecnologias.
Segundo Daiana Bisognin Lopes, CEO da FB Group, organizadora do BioSummit 2025, o principal objetivo do prêmio é reconhecer os produtores rurais que usam bioinsumos no dia a dia. “Acima de tudo, eles são inovadores e respeitam muito a questão da sustentabilidade. O produtor tem que pensar na margem e no resultado do seu negócio. Se ele tiver a preocupação da eficiência junto com a sustentabilidade, é o ciclo completo que a gente estimula. Então, fazer um prêmio para reconhecer esse produtor é estimular cada vez mais outros produtores a utilizarem práticas sustentáveis”, afirma.
Aumento expressivo
Para a organizadora do BioSummit, os números positivos da segunda edição do evento são um reflexo do crescimento do mercado. “Esse é um mercado latente e o evento cresce com ele. Passamos para 1000 participantes, um aumento bastante expressivo, e 51 expositores. Cada vez mais pessoas estão interessados no tema, entendem a importância de bioinsumos e que precisam participar da discussão, e esse é o objetivo do BioSummit”, destaca.
Segundo Daiana, outro ponto de destaque foi a programação mais robusta, com nomes de destaque do setor. “Tivemos ótimos painelistas que promoveram um evento de altíssimo nível, com uma programação densa e muita informação, além de um público muito qualificado, o que mostra o sucesso do BioSummit”, conclui.
