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Com uma sala dedicada ao seu trabalho na exposição “Finca-Pé: Estórias da terra”, o artista mineiro Marcos Siqueira estará pessoalmente no Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte (CCBB BH) para uma imersão em suas obras por meio da Oficina de Pigmentos Naturais. O evento será no dia 16 de agosto, sábado, às 11h, no Foyer do Teatro I. No mesmo dia, a artista mineira Elaine do Carmo, referência da dança afro em Minas, realiza performance, às 18h30, no Hall Liberdade.
As atividades são abertas a todas as idades. A oficina conta com retirada de ingresso a partir de uma hora antes, exclusivamente na bilheteria do CCBB BH. A duração aproximada é de 90 minutos, com capacidade para até 20 participantes. Já a performance não necessita de inscrição prévia e tem duração média de 15 minutos.
OFICINA DE PIGMENTOS NATURAIS
Siqueira compartilhará suas experiências de pesquisa e coleta de materiais extraídos diretamente da natureza, que utiliza como base para a produção de suas pinturas. O público terá a oportunidade de conhecer e experimentar as técnicas que transformam matéria-prima em tinta, explorando o processo de criação que envolve a terra como símbolo e matéria.
Nascido em Betim e residente na Serra do Cipó, Marcos Siqueira desenvolve uma pesquisa artística que parte do solo para criar pigmentos, utilizando-os em trabalhos que evocam cenas da infância, do cotidiano rural e da ancestralidade. Suas pinturas, realizadas sobre madeira com pigmentos naturais, estabelecem um diálogo direto com os temas centrais da exposição, expandindo a mostra para um campo poético em que a terra é, ao mesmo tempo, memória e matéria.
PERFORMANCE
Na performance solo, Elaine propõe uma travessia sensível pelo espaço expositivo. A ação combina dança e deslocamento corporal ao som do tambor falante da etnia Wollof, do Senegal, entrelaçado a sonoridades afro-mineiras. A trilha estará incorporada ao corpo da artista, dispensando o uso de cenários ou equipamentos externos. Elaine se apresentará com um figurino em tons de ocre e marrom e utilizará um maxi acessório de adorno feminino, compondo um corpo-cenário que se move em referência ao ambiente da mostra.
A bailarina, que celebra mais de 30 anos de trajetória na dança, tem passagem por grupos e companhias como a Cia. Primitiva de Arte Negra, a Cia. Será Quê?, o Grupo Geraes de Danças Folclóricas e o projeto social Miguilim. Além de dançarina, é jornalista, cineasta e professora, e ministra oficinas em festivais e mostras culturais. Em sua carreira, atua como pesquisadora da dança afro-brasileira e como realizadora de registros audiovisuais sobre o tema.
SOBRE A EXPOSIÇÃO
“Finca-Pé: Estórias da terra” teve estreia no CCBB Rio de Janeiro e integra a itinerância nacional do projeto que passará, ainda, por Brasília. Com curadoria de Fabiana Lopes, “Finca-Pé” propõe um mergulho nas experimentações de Obá sobre a relação entre o corpo, o território e a permanência. “A terra pode ser o chão, pode ser Cerrado, pode ser planeta, pode ser um jardim imaginário ou um jardim interior do indivíduo. A experiência de caminhar pela exposição é a de transitar por essa multiplicidade”, ilustra a curadora.
O título remete ao gesto de fincar os pés no chão como atitude de resistência e existência. “Acredito que as obras que faço, não raro, refletem um pouco sobre esse estar no mundo e senti-lo. Não só vê-lo, mas cheirá-lo, tocá-lo, escutá-lo, e cada um desses sentidos atua como catalisador do que pode ser potencialmente estético, dentro de uma pesquisa”, comenta o artista.
O conjunto de obras inclui desenhos, pinturas, instalação, cadernos do artista e o filme-performance Encantado, que convida o público a refletir sobre símbolos e rituais, principalmente ligados a práticas espirituais e religiosas. O artista se inspira na figura do peregrino, que caminha para cumprir uma promessa e transforma essa jornada em uma experiência visual e sensorial.
No percurso expositivo, a instalação “Ka’a pora” (2024) ganha destaque, composta por 24 esculturas de pés em bronze, adornados com galhos, que evocam a relação íntima com a terra natal do artista, o Cerrado, muito presente em toda sua produção. Também faz referência à grandiosidade cíclica das árvores, marcações temporais características da região. “Essa obra se relaciona com a resistência, mas também com a forma como o Cerrado se renova após a estiagem, voltando ao verde com a primeira chuva. Isso, para mim, é uma imagem potente da existência”, explica Antonio Obá.
Na série “Crianças de coral – nigredo/coivara” (2024–2025), composta por 12 retratos em carvão sobre tela, as imagens são construídas camada a camada, em um gesto de esculpir com o carvão em pó.
A mostra também apresenta conjuntos de desenhos em técnicas variadas, como grafite, giz de cera, extrato de noz, bico de pena e nanquim dourado. Os cadernos do artista revelam esboços, anotações e processos de pensamento em constante trânsito. “Enquanto estou pintando, fico pensando com a pintura, nas informações que vão sendo formadas ali, no que a imagem diz além do que se vê, quais são os intertextos que ela vai tecer. Então, se principia uma obra, mantém-se a pesquisa de imagens, referências correlacionadas e algo de criativo e inesperado se dá à consciência, mas que só vem através da labuta, da mão na massa”, comenta Obá.
Marcos Siqueira agrega com obras que evocam cenas da infância, do cotidiano rural e da ancestralidade. Os trabalhos de Siqueira estabelecem um diálogo direto com os temas centrais de Antonio Obá, expandindo a mostra para um campo poético em que a terra é tanto matéria quanto memória.
“Finca-Pé: Estórias da terra” tem patrocínio do Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A realização é do Ministério da Cultura e do Centro Cultural Banco do Brasil, com produção da Magnólia Produtos e Artefatos Culturais.
SOBRE OS ARTISTAS
Antonio Obá investiga as relações de influência e contradições dentro da construção cultural do Brasil, tensionando memórias identitárias, raciais e políticas. Sua produção transita entre escultura, pintura, instalação, performance e desenho. Suas mostras individuais mais recentes incluem Pinacoteca de São Paulo, Centro de Arte Contemporânea de Genebra, Oude Kerk – Amsterdam, X Museum, e de coletivas no MASP, 12 Bienal de Liverpool, Bourse de Commerce – Pinault Collection, MAM RJ, Zeitz MOCAA e Museu Nacional da República.
Marcos Siqueira nasceu em Betim (MG), em 1989, e vive na Serra do Cipó. Sua pesquisa parte da terra como matéria e símbolo, criando pigmentos extraídos do solo da região onde vive. Participou de exposições coletivas como Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro (SESC SP/RJ, 2023–2024) e de individuais como Matutar (Mendes Wood DM, Nova York, 2024). Em 2023, teve obra adquirida pela Pinacoteca de São Paulo. Também integrou a seção Focus da Frieze NY em 2023.
CIRCUITO LIBERDADE
O CCBB BH é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.
SERVIÇO | CCBB Belo Horizonte
Oficina de pigmentos naturais com Marcos Siqueira
Data: 16 de agosto de 2025 (sábado)
Horário: 11h
Local: Foyer do Teatro I – CCBB BH
Vagas: 20 pessoas (emissão de ingressos 1 hora antes na bilheteria física do CCBB, sujeito a lotação)
Duração: 90 minutos
Performance com Elaine do Carmo
Data: 16 de agosto de 2025 (sábado)
Horário: 18h30
Local: Hall Liberdade – CCBB BH
Duração: 15 minutos
Exposição: “Finca-Pé: Estórias da terra”, de Antonio Obá
Visitação da mostra: até dia 1° de setembro de 2025
Local: Galerias do Térreo – Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte (Praça da Liberdade, 450 – Funcionários, Belo Horizonte – MG).
Funcionamento: quarta a segunda, das 10h às 22h (fecha às terças)
Entrada: gratuita mediante retirada de ingresso pelo site ccbb.com.br/bh e na bilheteria do CCBB BH
Classificação: Livre
Informações
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