Os avanços da medicina reprodutiva têm contribuído para um crescimento, ano após ano, do número de mulheres que recorrem ao congelamento de óvulos para postergar o plano da maternidade, seja por necessidade, quando precisam se submeter a tratamentos quimioterápicos, por exemplo, ou pelo desejo de priorizar outros planos, como a própria carreira. Apesar de a gestação após os 40 anos estar associada a um aumento do risco de doenças cromossômicas para os bebês, se forem utilizados os óvulos congelados em idade mais precoce, esse risco diminui, já que é relativo à idade do congelamento.
O médico ginecologista da Clínica Origen de Reprodução Humana, dr. Selmo Geber, explica que, na Clínica, a maioria das pacientes descongela os óvulos após os 40 anos. Ainda assim, é fundamental que a tentante faça acompanhamentos periódicos para estar sempre atenta às suas condições físicas e clínicas. “Os riscos da gravidez tardia para a mulher estão relacionados às doenças preexistentes que podem se agravar com o tempo, como por exemplo a hipertensão e diabetes. Para o bebê, estão ligados à idade do ovulo, que leva a um aumento no risco de ter doença cromossômica, sendo o exemplo mais frequente a síndrome de Down. Aos 30 anos esse risco é de 1 em 1000, mas aos 40 é de 1 em 100”, completa.
Depois de feito o descongelamento, os óvulos são submetidos à fertilização in vitro (FIV). Para isso, é colhido o sêmen do parceiro e feita a injeção do esperma dentro do óvulo maduro. Os embriões são formados em laboratório, onde evoluem por dois a cinco dias. Em seguida, são selecionados aqueles com maior chance de implantarem para serem transferidos para a mulher. Entre os problemas que podem acontecer estão a não sobrevivência do óvulo (5%) após ser descongelado e a não fertilização (20%). Dr. Selmo ressalta que não existe idade máxima para a FIV, sendo a boa saúde da mulher determinante para a realização do tratamento. “A segurança é baseada na saúde previa da paciente e não exclusiva à idade. Para a FIV, não há necessidade de cuidados diferenciados em função da idade, mas sim aqueles já adotados rotineiramente para todas as mulheres”, explica.
A saúde da mulher aos 40
Sobre a saúde da mulher aos 40, dr. Selmo relembra que, nesta fase, alguns cuidados adicionais são necessários. Os check-ups precisam ser mais frequentes e uma rotina de exercícios físicos
com uma alimentação balanceada se torna ainda mais importante. É nesta idade, por exemplo, que a mamografia passa a ser exigida, precisando ser realizada, pelo menos, uma vez por ano ou de acordo com a recomendação médica. Já o exame colpocitológico, também conhecido como papanicolau, pode ser solicitado com mais frequência, de seis em seis meses, cabendo ao médico ginecologista avaliar esta necessidade.
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Jaqueline da Mata
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